A Terra muda Tudo mudam Todos...

Tuesday, August 28, 2007

O MAIS IMPORTANTE

A coisa mais importante que aprendi ao longo dos anos não tem tamanho nem volume nem profundidade ou altura ou peso...

A coisa mais importante que aprendi ao longo dos anos não depende de minha inteligência, nem beleza, nem posses ou conquistas...

A coisa mais importante que aprendi ao longo dos anos não tem paixão nem romantismo, fantasias nem ilusões.

A coisa mais importante que aprendi ao longo dos anos é o que tenho aprendido dia após dia e espero continuar aprendendo enquanto caminhar sobre esta Terra: aprendi sobre o amor.

Aprendi que “ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.” (I Coríntios 13:1-10)

SABES?

Sabes aquele céu cinzento, com um azul muito claro ao fundo, amarelado pelo sol insistentemente quente? Sabes aquela lua alaranjada, a qual me leva imediatamente ao rádio pra fazer um chamado urgente?

Sabes aquele cheiro de incenso aceso que fica deitado em seu berço, aguardando o tempo e o calor findarem-no enquanto o aroma preenche meus pulmões? Sabes o perfume feminino sobre o balcão preto, e que por fim levou minha lembrança pela estrada afora?

Sabes que tenho uma predileção pela solitude, por minha individualidade e independência, entretanto não me canso de fazer convites para visitas mais constantes?

Sabes de tudo isso, né? Sabes que posso ficar com o carro zero, cheia de guloseimas em casa, a cama inteira pra mim, uma coleção completa de lindos seis livros, e que sorrio ao ouvir o toque de alerta recebido no rádio...

E tu sabes que eu sinto muita falta de ti por aqui? Saiba bem disto, e faze-me o favor de preencher esta falta com urgência: não prometo riquezas nem mordomias, elegâncias e belezas. Conta, por certo, com carinho e afeto, compreensão e respeito, cumplicidade e parceria, apoio e consideração. Amor, lindo.

Friday, August 17, 2007

LINDO

Vestiu-se de vermelho, echarpe multicor envolvendo mansamente seu pescoço, longas madeixas flutuando ao redor de sua cintura... Nos braços, as flores: perfumadamente coloridas, imponentemente delicadas.

Música dançante, ritmos apurados, poesia concreta. Materializava diante de seus olhos o azul escuro, metálico, bem-composto com o negro transparente que reluzia à luz do sol de inverno, sob o céu azuladamente anil. Início de dia que termina da mesma forma: lindo.

O assobio era a coroação do sorriso nos olhos, do brilho nos lábios, do sabor do vento, da música do ar. Tudo bem, quando se está junto.

Thursday, August 16, 2007

COMO?

As pessoas mudam – nem sempre pra melhor; a realidade de vida muda a cada instante e as condições com que enfrentamos o dia-a-dia, matando um leão por dia ou por hora, ou fazendo piqueniques no parque ou num canteiro em flores... Nem sempre são belas as circunstâncias, nem todas fáceis e serenas. Há um monstro a cada esquina e no intervalo do quarteirão muitas pedras e buracos dos quais é preciso se desviar.

Em mente, os objetivos; à luz dos olhos sorrisos insanos. No coração, desejos legítimos; diante de si, espíritos medíocres.

Como se livrar de cinzas, de pesos, das horas que empacam? Como reter o incentivo sincero, a disposição contagiante, a verdade do olhar? Como dar asas ao tempo para que tudo voe e outra fase aconteça?

Saturday, August 11, 2007

D. MORTE

Pensar a Morte como agente da morte faz-me entender que ela deva ser o próprio Deus. Como Ele, ela é onipresente: pessoas morrem simultaneamente aos milhares por todo o globo terrestre e lá está ela... Toma para si o fôlego da vida, que é dado por Deus e somente Ele o tira.

Sendo assim, tendo a dizer que os olhos da Morte são mais belos que dos homens. Afinal, são os olhos do próprio Deus. Olhos que contemplam detalhes, que conhecem inclinações interiores, que compreendem feições e se compadecem dos que ficam, quando a hora dos seus escolhidos chega.

Se não o próprio Deus o agente que busca as almas neste mundo para levá-las "ao além", então seria um anjo, dos mais especiais existentes, a Seu serviço. Este, de extrema responsabilidade e imensurável valor (especialmente se a alma em questão for destinada ao Paraíso).

Nunca tive medo de morrer, e acredito que minha vida, alma, morte-passagem estão nas mãos de Deus. Soberanamente. Poderosamente. Amorosamente. Justamente.

E agora, ao conhecer uma variação de pensares e opiniões, ao abrir-me para a imaginação e mergulhar nela, acho que a D. Morte é uma companhia sábia, assim como seu Criador. Passo a entender-me melhor em minha simpatia por ela.

Definitivamente, a Morte tem olhares que jamais entenderemos. Ou sim.

Tuesday, August 07, 2007

BEST SELLERS

Não sou adepta aos livros que frequentam lista de “best sellers” ou, “mais vendidos”. Bem, pelo menos não era.

Primeiro, foi o Caçador de Pipas que, na falta de outro, abri e em duas sentadas, li, recostada na cama em que dormia, em casa de grande amiga, numa das primeiras noites árduas de minha vivência mais recente.

Depois, por indicação de uma pessoa espetacular, compro “Quando Nietzsche chorou”. Este ainda demorou pra ser iniciado, justamente por estar em posição de destaque dos best sellers atuais. E por causa de inesperadas e boas reviravoltas da vida, demorou pra ser finalizado.

No interim do primeiro para o segundo, numa vitrine de loja de aeroporto, passando o tempo a passear acompanhando aquela que me gerou, de relance vejo “A menina que roubava livros”. Em se tratando de livros, nem cogitei lista de mais vendidos. Lembro-me apenas de falar: “Ainda vou comprar este livro”.

E segui meu caminho. Passado o tempo, reviravoltas sob controle – pelo menos algumas! – e eis-me na livraria, procurando presente pra pai, e meus olhos fitam-na: a roubadora!! “É agora!”, pensei. E lá se foi o cartão passado no caixa, e o débito automático acionado.

Como sempre me acontece em livrarias, o saldo que se lasque, dali não saio sem algum bom exemplar. Aliás, uma vez quase deixei de comprar “O médico dos médicos”, por ver uma plaqueta “Best seller”, não fosse a intervenção de um sábio vendedor que me explicou ser ele muito vendido porque foi editado pela primeira vez nos idos de 40, ou 50, por aí... (Diferentemente destes outros, que são bem recentes).

Tudo bem! Tudo bem! Pelo menos o autor do Nietzsche é um super-gabaritado médico, pesquisador, e com vários outros livros publicados, em sua área técnica.

Bem, voltando à “Menina que roubava livros”: Só depois de algumas semanas fiquei sabendo: a mesma pessoa espetacular que me indicou ler o Nietzsche chorão, também estava a ler a menina roubadora! Mais um motivo para eu ter certeza de que havia feito uma boa aquisição. Depois, claro, soube tardiamente que o livro estava na lista dos mais vendidos. Bendita falta de informação, do contrário ter-me-ia feito desistir da compra por um mero preconceito pessoal.

Depois de começar a ler o dito livro, paro e questiono-me: “Mas... Eu vou ficar aqui lendo uma história contada pela D. Morte?????” E fecho o livro, venho para meus devaneios e lembranças e entre estes e aqueles, acabo de perceber que o presente do meu pai ficara na loja! Preciso buscá-lo!

E por um lapso de esquecimento, um disco acabou virando um player! Feliz dia dos Pais!!!

AMO, LOGO, VIVO.

Primeiro eram lágrimas, frustrações, desconfianças... Encontro desencontrado, desesperado, inesperado. Conversas, confissões, desabafos, telefonemas, experiências incomuns, outrora censuradas...

Um mês se passou e então encontro marcado. Impressões percebidas, ouvidas, vistas, sentidas. Esperada experiência, ao vivo, pessoal. Partida marcada, marco de história. Contatos permanentes. Encontro selvagem, meio de mata. Marca escolha.

Seguiu-se o tempo, percorridas milhas pra norte e pra sul. Sempre aos encontros, aos abraços. Como agora anseio novamente acontecer, num futuro não tão longínquo... Para celebrar um ano de boas vivências, experiências crescentes, amadurecimento, enriquecer de gente alegre e amável, sincera, simples e inteligente, batalhadora, bem perto sempre presente.

Persistência abundante ajudou a superação, incentivou os riscos calculados, equilibrados, reais. Resultado percebido e reconhecido, celebrado em sorrisos e abraços, amassos, afagos na alma. Certeza de que um abismo foi deixado para trás, uma ponte foi construída, passeia-se por ela, contempla-se a paisagem e faz dela seu habitat.

Onde canta o vento, correm as nuvens, bailam os pingos, contemplam os raios, encontram-se sempre os olhos e as mãos. Nos sonhos e no coração. A vida de volta, as esperanças em novidade, em firmeza, em satisfação. União.

Sunday, August 05, 2007

MEU AMOR*

"Amor não é meu tema predileto, porque é um assunto difícil.
Amar é uma experiência muito particular, cada um ama como pode, ama como sabe.
Amei poucas vezes na vida, e confesso que o meu maior amor tento esconder até hoje entre as ranhuras do meu ser, pois tenho medo desses sentimentos intensos que podem desaparecer de repente. Às vezes direciono meu amor para coisas, esportes, livros, pessoas, músicas, mas trata-se de um amor em si, um amor que vai se extinguindo até acabar... é só esperar e dar adeus.
O amor que me assusta é do tamanho da energia que me rege! É um amor em sol, em mi, em lá, em dó. Amor musical, amor de mãos leves, toques de dedos, almoços, cafés e longas conversas. Amor tímido - silencioso por fora, explosivo por dentro. Amor criador, modificador, amor paciente...amor que me amadurece - vendaval que se transforma em aroma.
Amor que às vezes viaja para longe, deixa-me só, esvazia-me, mas volta ainda maior, vivo e bonito. Só esse amor entende e suporta as pontas cortantes existentes em minha alma. Só esse amor tem a grandeza de esperar paciente quando mergulho para meu mundo de dentro...

Somente esse amor consegue acessar o encontro existente entre meus desencontros.

Só esse amor, desculpa-me pela minha humanidade imperfeita...
Só esse amor sobriverá as minhas idas e vindas, e a minha falta de poesia...

Mas sabe, o que se convencionou chamar de amor prefiro chamar de encontros de almas ou outra face de mim, e às vezes existem encontros de várias almas e várias faces de nós, o que fazer então? Esperar o amor se transformar em si, dar adeus e ver partir...

Beijos querida.

Cláudia Freire “Lima”.

Carta para Ana K menina que ama Ana que ama Ana menina K..."


* Publicada por Cláudia Freire "Lima" em seu Tititis.

PROFUNDO MUNDO*

Manhã de sábado, sol lindo e céu azul. Beirada vazia da piscina, à espera de alguém pra companhia fazer.

Vai lá, depois de visitar a amiga, e ler o que ela tem a dizer. E tem muito. E diz grande, profundo seu mundo. Belo, como a amizade, as pitanguinhas, sapatinhos e pezinhos...

Como o Theodoro que gosta de ler e de peixes! Hum... Que gosto apurado!

Gosto passado de geração para geração, de uma criança grande para a outra que também vai crescer e espera-se, seja sempre criança, que nem Ana descobrindo o caminho para a infância.

* Para minha queria C.F."L".

Friday, August 03, 2007

DEVANEIOS...

Música na vizinhança, um canteiro inacabado com terra por todo canto, um livro ávido por ser lido, uma caneca de refresco e o amontoado de colchas coloridas aquecendo seus pés.

Não conseguia distinguir a melodia, somente a voz suavemente aveludada e firme, que cantava qualquer ilusão de amar. Tinha sob as pálpebras os olhos pesados de sono, despertava-os e seus ânimos exatamente com o refresco de cor forte e escura. Tinha suas restrições por aquela bebida: poderia não ser a ideal para o bom funcionamento de seu organismo.

Pensava então no dia seguinte: sol, azul de céu limpo, cadeira confortável e o livro... Ah, o livro... Dará conta de finalmente contemplar o desfecho daquela trama? Os riscos eram cada vez mais frequentes, destacados, cheios de códigos resumidos. Usaria algumas daquelas frases?

Um dia, quem sabe?

Então o telefone cruzou seu caminho de olhar, e parou bem diante dele: "Não vai chamar, não??? Tô com sono!"