Sunday, October 29, 2006

SEM ATALHOS

Ela saía em busca do que não sabia. Via-se apenas como um anônimo cuja vida expressa o buscar limitado pela sobrevivência. Logo detectou que estava na estrada da fuga - aparentemente vestida como estrada da procura. De tanto pensar e aprofundar-se em questões existenciais, usava o caminho comum para fins incomuns. Por certo imprevisíveis, se não irremediáveis...

O futuro lhe dirá. E o que de sua vida será.

Enquanto as respostas estariam dentro de si, era de onde queria fugir. Na fuga desperdiçava todos os bens, como um filho pródigo os bens do pai, e depreciava todo o seu patrimônio: saber, valores, princípios, idéias e criatividade. Não era a liquidez do efêmero que lhe fazia assim; a insignificância de tudo e todos tornaram-na o não e o sem-fim da luz derradeira. Dentro de si a ausência de direção e a putrefata descrença.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

A busca do não saber exprime a ânsia da humanidade...as vezes me sinto tola como um pacote de pão vazio. Observar, sentir e transcrever é aprendizado. Quando me deparei com esse texto vi o retrato de alguém muito próximo.
Saudades de ti!

3:50 PM  

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