Sunday, December 24, 2006

TRINTA DIAS DE ENGANO*

Época que para ela não tinha a alegria e as celebrações que outrora... Ajuntamento de pessoas, familiares, amigos deixava para outrem. O que queria mesmo era ficar consigo só. Gostava de sua companhia, era quem a compreendia. Os acontecimentos, as notícias e telefonemas dos últimos dias fizeram com que a opção pela solitude fosse tomada irredutivelmente. Não aos telefones, não às mensagens, não às reuniões de confraternização. Aproveitaria a coleção de filmes e diante da telona ia relaxar e imaginar – tal qual a proposta daquela companhia.

Lembrava de pessoas importantes, de outros anos felizes e olhava pro céu tão azul em dia tão quente deixando o suspiro sair arrastado... Seu coração reconhecia as pessoas bondosas e recusava-lhe uma reação. Seu estado apático voltava e nem o pensar tinha muita organização. Os coloridos papéis, tintas, recortes faziam agora parte do passado. As letras não fluíam mais e decidiu fechar as portas e entrar em férias. Até quando lhe fosse possível.

A sentença que pesava sobre si agora lhe fora dada pela autoridade judiciária: “você ainda vai pagar pelos 30 dias de impulsividade”.


* Que se estenderam pelo pior ano de sua vida!

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