Tuesday, September 26, 2006

BLOCO DE CONCRETO

“Não vejo a hora de te ver bem. Não vejo a hora de te ver, bem.”

Foi a mensagem que recebera. Seus olhos marejaram instantaneamente. Sentia o carinho, a atenção, o amor amigo... Também não via a hora de se ver bem, e de novamente se ver. Pois o que via era alguém que não conhecia, nunca foi nem queria ser.

Olhava ao redor, adiante e para trás e não conseguia perceber onde fora que se perdeu, a ponto de não conseguir prosseguir. É como se seus dois pés estivessem presos num bloco grande de concreto e este secado por completo. Impossível sair do lugar...

Cadê aquela máquina de quebrar asfalto? Será que mesmo com o ruído alto suportaria que alguém quebrasse esse concreto ao redor de seus pés e enfim caminhar de novo?

Não somente andar, desaprendera viver, ser.

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