Thursday, November 02, 2006

O QUE COMPRAR?

Por volta das três horas, numa rara tarde tranqüila pelas ruas da metrópole e lá vai ele guiando o carro – qual modelo e cor desta vez? – com leve ar de ansiedade e distante pensar, envoltos pelo semblante feliz...

Queria passar uma boa impressão. Não sabia qual a cor, modelo ou estilo seria mais apropriado. Ah! Quem lhe dera ter ouvido no lugar da sugestão de presente, que sua presença seria o presente mais importante! Ao contrário, acabou ouvindo uma resposta racional à pergunta sobre o que poderia ou deveria comprar.

Presentear era-lhe árdua tarefa, como repetiu algumas vezes. Nunca se sentia seguro e confortável com a idéia de ter que escolher por si mesmo algo de que outrem usufruiria. Não era pelo valor material e sim pela exposição de si através da escolha do presente: afinal, o que é o presente que não a expressão de quem o oferece?

Uma ligação, algumas risadinhas entre descontraído e breve diálogo livraram-no da inquietação que lhe envolvia a escolha de um presente. Esvaiu-se aparentemente sua apreensão.

Encantadoramente singelo o fato de escolher aquela tarde de feriado para providenciar a encomenda feita em nome da amizade e o seu próprio intento de presentear aquela que lhe tornara tão afetuosamente cara.

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