TIM TIM

O dia amanheceu com chuva. Passou-se metade do tempo e o sol começou a brilhar por entre as nuvens outrora cinzas e agora num exercício de branco prometendo uma noite de lua quase cheia. A sensação do que parecia ser um torcicolo logo se confirmou. Dirigir seria no mínimo desconfortável. Nada que impedisse a disposição e o sorriso para encontrar o visitante ilustre. Afinal, milhares de quilômetros de distância percorridos em tão curto espaço de tempo e de céu mereciam os maiores e efusivos cumprimentos e alegrias. E após deleitosos sarros e risadas o torcicolo foi curado. Há de se concordar: carinhos sinceros curam todas as mazelas, físicas e emocionais.

Alguns telefonemas, os convites da festa encaminhados, a reunião prévia entre os amigos íntimos e, imprescindivelmente, o refrescante mergulhar. Águas claras, azuis pelo ambiente, limpas pelo cuidado esmerado... Finalmente a tradição pessoal interrompida única vez volta a ser cumprida com serenidade. Permaneceu ancorada em seu porto seguro e realizando o desejo mais profundo: estar rodeada dos mais amados – família – e dos mais queridos – amigos convidados antecipadamente e recebidos cada qual com os personalíssimos cartões artesanais, abraços e gentilezas.

Enquanto não chegava a hora, e as luzes não pipocavam em multicores e brilhantes pontos no céu, deleitava-se entre camaleões crônicos, tititis queridos e admirados, borboletando em asas de palavras como a viver versos diversos de vida em gotas. E o champagne gelado aguardava ansioso o momento de ser brinde ao recanto mais precioso encontrado enfim: da alma, do coração de volta à vida!