Wednesday, September 13, 2006

SOLITUDE - Sol em Tudo (Parte I)

Foi isso! O feitiço da lua! Ela estava ali, amarela, enorme, meio inteira, meio incompleta... Esplendorosa no espaço vazio entre dois arranha-céus... Foi feitiço ou milagre? Milagre conseguir ver lua tão linda, já em seu tempo de minguar e feitiço pela luz e cor tão intensas e gloriosas no infinito do céu noturno.

Não imaginava que aquela noite, que começara naquela hora de lua no céu, noite mágica, sensual, iluminada, seria também uma noite de encontro, desejos, trocas, amizade, sorrisos e gargalhadas, brincadeiras e toques... Não pensava em nada que pudesse ser feito a não ser permanecer no quarto e buscar o repouso merecido dos trabalhadores... Afinal, acabara de finalizar todos os compromissos profissionais, restando apenas sua atividade física de relaxamento. Não deu por si até que o dia chegou e seus compromissos se aproximaram.

Primeiro trabalhou nas poesias e textos daquela amiga especial, querida, distante no espaço e tão presente no coração! Fez conforme conseguiram suas habilidades. Modificou alguns aspectos, corrigiu a outros, solicitou revisão de quem de direito, tornou a corrigir, acertou os tópicos, escolheu imagens e estruturas... Salvou seu trabalho e enviou, para aprovação, à amiga.

Em pouco tempo, ambas estavam virtualmente juntas – bendita Internet! - combinando, debatendo, decidindo sobre a forma final da apresentação do que era sonho e agora realidade de sua amiga, que estava transformando em palavras sonhos e idéias.

Sentia uma grande responsabilidade para com o feito: ter nas mãos a responsabilidade de apresentar ao público o sonho de alguém tão especial.

Por experiência própria sabia que sonhos são mui valiosos. Há muito tempo começou a se importar de forma especial com sonhos, projetá-los, planejá-los e trazê-los a realidade. Agora participava ativamente do mesmo processo efetivado pela amiga. Reconhecia e aplaudia a iniciativa. Afinal, “sonhos são o combustível da alma”* sempre propagou a importância de se sonhar e de se trazer todos eles à realidade. Divulgava ardentemente a necessidade humana de sonhar e realizar.

Estava feliz. Em meio à turbulência de sua vida naqueles meses ali estava um trabalho que lhe fora mais que terapia, mais que bálsamo. Nele via sua contribuição a alguém especial, corajosa, sábia e que reconhecia seu empenho em tudo que fizera. Naquele trabalho percebeu que era um ser humano útil, sua existência “ainda” era necessária em alguns cantinhos da vida, “apesar” de tantas confusões envolvendo seu nome e sobre as quais não se defendeu, pois deixou isso a cargo de seu Advogado. Tinha, como sempre teve, a certeza de sua inocência. Sabia muito bem que seu silêncio poderia ser negativo para si mesma diante de muitos tanto quanto sabia muito bem que a opinião de muitos ou poucos – embora considerados – não seriam todas somadas equivalente à opinião que mais lhe importava na vida, e da qual já tinha ciência. Estava então tranqüila quanto a seu passado e seu presente. Quanto a seu futuro, este contém a soma da convicção de que muitos sonhos estão já nascendo, são gestados ou vão se concebidos com a garantia da Vida.

E enquanto isso tudo borbulhava dentro de si, com a intensidade da luz da lua, do fluir da vida e do fumegante desejo de realizar, de deixar marcas, de servir como inspiração e incentivo a noite avançava, avançava para mais outra grata confluência de vidas.



* Marcelo Gualberto in, Era Outra Vez Madalena.

1 Comments:

Blogger mg6es said...

Já disse que gostei, ne? Bom mesmo é ter esse dom de transformar vida em arte. Bela arte!

bjo, Ana!

11:25 AM  

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