A Terra muda Tudo mudam Todos...

Sunday, December 16, 2007

VIAJAR - TORTURA OU BONANÇA?

Definitivamente, a maioria das pessoas não sabe viajar e por isto desperdiça dinheiro, tempo, desgasta relacionamentos, arrisca sua vida e de outras pessoas, desrespeita a si e ao próximo e muitas vezes perde grandes oportunidade de dar bons exemplos àqueles que consigo convive.

Quem nunca viu um casal brigar diante dos filhos porque um ou outro esqueceu de colocar entre a bagagem aquele protetor solar infantil, ou o brinquedo da menininha que chora na areia porque não tem um balde de plástico que a ajude na construção de seu castelo?

Quem nunca presenciou – ou foi vítima – daquele grupo de infantes que correndo alegre pela praia chuta areia pra todo canto, inclusive pra cima de você? Ou quem jamais se importou com o motorista que, com o carro abarrotado de bagagens e crianças, faz uma ultrapassagem irresponsável pelas nossas já tão perigosas estradas? E o garçom que esqueceu de trazer seu pedido há tanto solicitado?

Afinal, eu me pergunto sempre: em que diacho de lei está determinado que viajar é obrigatório no mês de janeiro? Nos feriados prolongados? Onde está escrito que não seja possível combinar com o orientador pedagógico da escola em que seu filho estude, uma data alternativa para que ele possa faltar a alguns dias de aula em prol de uma viagem em família que seja mais tranqüila, segura e proveitosa?

Por que as pessoas buscam tanto sua individualidade e quando se trata de viajar e poder conhecer novos lugares e pessoas elas não conseguem fazer isto sem ter um “conhecido” junto? Já vi muita gente deixar de viajar porque não tinha “companhia” para viajar... Quanta perda de oportunidades para a vida inteira!

O stress de se viajar em “alta-temporada”, chegar na praia ou na montanha, e ter fila de supermercado pra enfrentar, briga por uma mesa no restaurante na hora do almoço, engarrafamento na estrada, na cidade, na ponte... Toda essa confusão e desgaste emocional-psicológico têm algumas razões básicas: falta de planejamento, massificação de idéias e falta de criatividade.

Quando viajar for um lazer desde sua concepção de datas, destinos, desejos e compromissos financeiros, então o stress e desrespeito que vemos em todo final de ano, verão e carnaval, serão compensados muito mais pelas experiências do que pelo “auê” de ter saído de casa por alguns dias como o seu vizinho também fez.

Isso porque viajar será estado de espírito que só existirá quando for cultivado de maneira constante, sensível, sábia e extremamente ampla. Viajar somente será lazer e vantagem quando bem planejada (se uma viagem solitária, consigo mesmo; se uma viagem em grupo – familiar ou de amigos – com todos), alternativa e criativa, vendo e antevendo além do senso-comum, sem perdê-lo no entanto.

Lembre-se: viajar não é stress, reclamações, correria nas estradas. Deve ser somente lazer, diversão, jeito novo de ver o mundo e a vida... Viajar é estado de espírito, é preparação relaxada e tranqüila daqueles dias sonhados durante um ano inteiro. É ter atitudes que alimentem clima saudável de respeito entre as pessoas.

VIAJAR - A PARTE FILOSÓFICA

Viajar é experiência. É bagagem sem peso que se leva vida afora contendo valor inestimável. O dinheiro investido numa viagem, se aproveitada como uma experiência de fato, retorna em informações, mudanças de atitude, expansão de horizontes e incremento das opiniões pessoais. E muito, muito mais coisas que somente a vivência demonstra e demonstrará.

Viajar é ler o mundo, cada pedaço de chão por onde passamos. Perto ou longe, alto ou plano: é postar-se à beira do lago, e observar que em sua margem as pedras são cascalhos lisos de diferentes tonalidades; que entre eles há limo no qual podemos nos escorregar se ousarmos entrar na água, ou sobre o qual poderemos sentir o deslizar de substâncias puras que massageiam nossa pele ao mesmo tempo em que começamos a lavar os pés e a alma... No olhar da vegetação refletida nas águas do mesmo lago e ver que bem ali, diante de nós, estão duas realidades de uma mesma coisa.

Viajar é assim: ver realidades diferentes de uma mesma cidade, povo, costume... É entender o porquê de uma reta alaranjadamente roxa dividindo em duas partes iguais a negritude da madrugada.

Quem nunca se surpreendeu com uma cadeia de montanhas vista do alto? Ou vista de baixo?

Como subir no morrinho e sentir-se no topo do mundo, e estar no mais alto dos picos e perceber que somente ali aquela pequenina flor azul e rosa nasce, cresce e morre sem se importar se há alguém para apreciá-la ou o somente o sol que nos aquece a todos...

Afinal, viajar não é apenas arrumar - e desarrumar - malas, sentar em mesas de bares, restaurantes, botequins charmosos e pedir a bebida da moda, da tradição. Viajar é muito mais do que lembrar de quem ficou, e levar-lhes souvenirs. Viajar é lembrar de si mesmo, fazer-se imergir nos sons, nos cheiros, nas cores e nas feições dos estranhos, do novo que de repente, por uma programação de férias, de passeio, diversão ou mesmo necessidade, se apresentam diante de cada um.

Viajar é chegar sempre no mesmo destino e ver sempre uma coisa nova no sempre familiar cenário. É saber que aquelas pessoas que nos permitem usufruir de seu pedaço de chão estão repletas de riquezas prontas a ser compartilhadas num segundo que seja, através de um olhar sorridente.

Viajar é muito mais do que as palavras podem expressar, do que as fotos e filmagens podem mostrar e do que nossa imaginação pode criar. Viajar é viver, aqui mesmo, no bairro vizinho, na cidade ou distrito próximo, ou no país do outro lado do Atlântico. É muito além do que a geografia pode traçar em mapas e rotas.

NEGLIGÊNCIA?

Uma coisa vem me fazendo pensar, meditar: o Natal. Há mais de cinco anos deixei de presentear nesta data. Afinal, tanta correria, festejos, comemorações familiares, reuniões de confraternização a trôco de quê? Por quê? Qual a finalidade disso tudo? Não é o stress que predomina?

O trânsito completamente caótico, o comércio enfurecidamente faminto de lucro e um grande número de pessoas ignorantes – ou seriam mesmo estúpidas? – se endividando porque “todo mundo deve”... Os humores se transformam – para o bem ou para o mal – e na maior parte do tempo não se pensa noutra coisa a não ser presentes, feriado prolongado, viagens, cardápio, convites, encomendas...

Por mais que tentem – e até conseguem – desviar o foco e a atenção de todos da razão original desta data, não tem como negar: o Natal é uma data profundamente cristã, é o marco inicial desta religião regente de calendário para a humanidade!

Querendo ou não, acreditando ou não, simpatizando-se ou não com o cristianismo, todos se curvam ao natal do Menino Deus. Judeus, hindus, muçulmanos, ateus... Ainda que não reverenciem o Cristo Jesus, eles são “obrigados” se submeter à data-mor do cristianismo: pois todos negociam, vendem, compram, lucram no período em que a economia mundial mais se movimenta e se aquece.

Porém, o maior negócio mesmo será quando nada mais houver por aqui e então contas todos prestaremos. Aí é que serão elas! Natal: vivenciado ou negligenciado?

Sunday, December 02, 2007

UM ANO NOVO...

Cheguei às duas da tarde numa cidade ensolarada. Abraços deram-me boas vindas e amor nos envolveu. O calor corpóreo tão familiarmente querido juntou-se e uma só carne se fez. Vento livre soprava nossos cabelos e diante de nossos olhos sorridentes passeava a paisagem diante de tudo que importava nessa tarde: nós.

Alegria servida no cardápio favorito, nem se apercebeu do horizonte que se escureceu, ainda assim mais revigorada pelas luzes fascinantes do momento épico. É seu dia chegando, o ano novo começando e belos horizontes propostos.

Desejos e votos de saúde, coragem, amor, persistência, lutas com vitórias e todo o aprendizado oferecido pela vida rodearam-no e preencheram toda a atmosfera. A alegria do compartir esta data no porvir e para sempre é intensa e aumenta em desejos vários.

Hoje ouvi benditas possibilidades para sua vida! Amor.