A Terra muda Tudo mudam Todos...

Friday, February 23, 2007

RODEADA DE BORBOLETAS

Já falei várias vezes que quero falar de coisas boas, quero viver essas coisas que enchem meu coração de sorrisos e vontade de viver! Um dia percebi que estava passando pela Estação das Borboletas – uma revoada delas a minha volta! Agora, faço parte da Gang das Brabuletas! Pode parecer pouca coisa, sim. “Pouca” coisa que me traz delicioso sorrir!

Disseram-me hoje que vi passarinho verde; não! São as borboletas que me rodeiam. Marejei meus olhos há pouco, ao ouvir a voz de uma delas; agradeci a Deus e reconheci mais uma vez grande exemplo e sabedoria daquela linda borboleta que pousou pertinho, via e.mail, com seu cuidado e preocupação com meu bem-estar; ainda outra reaparecendo com seu iluminado voar com as familiares breves e sinceras palavras – gargalhadas ou sérias, amigos borboletas são assim: riem, choram, debatem, ensinam, guiam-nos no decorrer da vida, do caminhar Enquanto na Terra...

E parece-me que o Cosmo inteiro, Deus lá de cima e bem aqui dentro de mim, coopera para meu sorrir, meu brilhar de olhos: um esquadrão de Ícaros, Homens-Pássaros colorindo o céu azul que me protege. Ainda, um vermelho-sangue carinhoso por demais, trazendo todo alto-astral pra perto de mim!

Os dias vão-se passando, as atividades voltando ao normal e refrescam novamente meus dias... As idas e vindas em companhias firmadas em Rocha, conhecedoras mútuas apenas por um olhar ou gesto, companhias inesperadas que ensinam-nos lições de adultos! Quantos presentes... Quantas palavras sábias em conversas onde há vida por todos os lados!

Lembrar do privilégio da visão, do entendimento, da capacidade de ter mentes brilhantes em vários recantos onde posso ler, debater, aprender, questionar e concluir que há, sim, bondade, verdade e grandes possibilidades. O país, o mundo está caótico? Sim. A sociedade corrompida? Demais! E no meio de tudo isso, muitas estrelas e cometas que permanecem e passam por nosso céu iluminando, embelezando – e assim sendo em nosso céu, em meu céu e no céu da humanidade.

É presente grande demais! È valor imensurável que há de ser guardado, multiplicado, valorizado...

RODEADA DE AMIGOS

Rodeada de amigos, a família amável e porto-seguro inquestionável! Pensar neles todos, encontrar com alguns pessoalmente, ouvir a voz de outros, ler as mensagens dos distantes... Cada um ocupando um lugar especial e profundo, cada um porção da terra onde suas profundas raízes dia-a-dia cresciam, fortificavam e alicerçavam mais e mais... O alimento que recebia, embora suprimido de si por um longo e nebuloso ano, revigorava-lhe as saúdes mental, espiritual, emocional, cultural e profissional. Seivas de palavras, sorrisos, gestos – singelos. Amor e verdade: essência de Deus! Ingredientes natos de cada um daqueles corações que ao dela novamente enxertavam ao dela esses valores preciosos para sua vida. Enfim, seguia avante, firme, altaneira e confiante. Novamente marcado em seu coração: há um Justo Juiz. Há um Consolador Maravilhoso! A Paz lhe invadia mais e mais, mente e coração. A segurança lhe inflava em vigor de vida como o primeiro respirar de uma criança! Sorrir, sorrir, sorrir. Livre de algemas, livre de coleiras, livre pra viver e ser feliz!

Quando penso em meus amigos, ouço sua voz, leio suas palavras, vejo seus olhos meu coração sorri, meus lábios externam este sorrir e meu espírito se eleva, emocionado. Meus olhos marejam, e reconheço as pérolas raras que foram graciosamente ofertadas a mim e que comigo permanecem.

Ah... Eu sou grata pelos meus amigos! Pela minha família! Pelos queridos que em algum momento – ou muitos – me ajudaram e ajudam a ficar em pé e seguir lutando pela vida... Amo vocês, admiro, e sou grata. De coração!

Friday, February 16, 2007

VARIAÇÕES

(Dueto com Múcio Goes)





Coração que acolhe
Coração que encolhe
Variações do ambiente
Se afetuoso ou indiferente.

Olhos sorridentes
Olhos umedecidos
Variações de atitudes
Se amorosas ou rudes

Mãos estendidas
Mãos ressequidas
Variações da disposição
Se generosa ou em desilusão.

Cores em ação,
Olhos e mãos em cena
Dores e dolores,
Variações sobre o mesmo tema.


Foto: Manuela Pestana

Thursday, February 15, 2007

AGUENTA CALADA!

Ela parou de crer e, mais ainda, parou de crer em impossíveis. O que lhe sobrevinha nada mais era do que sempre lhe sobreveio. Porém, agora enxergava sem os olhos da fé. Não via além das situações os impossíveis prováveis a surgir pelo caminho.

Nunca entendera as críticas vorazes e freqüentes na sua presença quando pessoas estranhas eram os ouvintes de elogios e de todo o sentido de admiração. Era por demais paradoxal para enteneder; e disto há tempos desistira.

E como uma avalanche sentimentos de vingança, mágoa e raiva cobriram seu coração. As lágrimas corriam dos olhos como cachoeiras. Era inevitável reprimí-las. E inútil. Como inútil o escorrer-lhe pelos dedos a vida.

Monday, February 12, 2007

INSPIRAÇÃO PARA SONHAR

Era um azul infinito, o horizonte que sumia nos olhos... Rodeado de gaivotas, tubarões, baleias, dourados, madames, madrastas e ladies. Assim era meu companheiro de leito, confiante e feliz em busca de seu sonho, inspirando-me com sua determinação, paciência e habilidade de observação. A terceira parte de nossa jornada começara há pouco e eu não mais quero parar até aportar na Bahia de Todos os Santos, como está previsto em seu plano inicial e ao qual animadamente eu aderi pouco antes da passagem de ano.

ARCO-ÍRIS DE NÓS DOIS

Castanho dos olhos penetrantes
Transparência das lágrimas que caem
Branco dos dentes que me mordem
Rosa das bochechas que beijo
Vermelho das marcas que deixo
No bronze das costas que risco
Arco-íris do nosso sorriso.

Saturday, February 10, 2007

A FESTA

O dia dos mais agitados. Sol, muita música no ar, água refrescante, e bebidas jorravam. Comida pouca, risadas aos montes! Aquele ajuntamento divertido foi o prelúdio das baladas que se seguiram.

Escureceu e o calor do ar, o calor dos corpos bronzeados e a euforia temperavam os ânimos que não tinham trégua: danças, planos, combinações e o sorteio principal entre eles: quem não beberia e seria o chofer do grupo. Acertado e aceito.

As meninas subiram as escadarias como que fugindo de leão! Ao contrário, corriam em direção ao quarto de roupas, aqueles armários cobrindo as quatro paredes, espelhos em todo canto, risadinhas e olhares firmes. Sabiam que a festa seria de arromba, queriam as melhores roupas, os sapatos mais transados e a combinação de assessórios entre elas era sempre muito estilosa e em nada perdiam para as produtoras de moda das revistas mais qualificadas nessa área.

Correram ao banho, maquiagens, roupas e escolhas... Cada qual em seu quarto e então no horário marcado já ouviam a buzina. Chegava o chofer no blindado da noite. Depois de vários assaltos pela vizinhança e a onda de violência que enfim chegou à cidade em que moravam ficou fácil descolar dos pais seus possantes blindados. E como se tratava de grupo de amigos de infância, ótimos filhos e dedicados jovens profissionais, para as saídas noturnas contavam agora com mais esta mordomia dos seus progenitores.

Claro, já eram bela formosura física e estilo fino e educado de agir admirados, rodeados, paquerados todos eles, rapazes e moças. Grupo assim não havia outro por ali. Jamais faziam escândalos nem exageravam com bebidas. Drogas e cigarro não era parte de seu cardápio. Gostavam de uma boa música e balançar o esqueleto era mesmo com aqueles jovens. A maioria do grupo já fizera aulas de dança de salão. Divertiam-se mesmo a valer!

E parando o carro à entrada do clube, foram efusivamente saudados pelos convidados: chegavam os donos da festa. Enfim a festa pôde começar!

Wednesday, February 07, 2007

MELODIA DE VERÃO *

(Dueto com Múcio Goes)


O vento que corria naquele pedaço de areia trazia um aroma de confeitos de balas... Um certo jeito de quem queria ficar, se instalar por ali por todo o sempre...

De um lado ao outro era como se o tempo houvesse parado para contemplar os dedinhos minúsculos a organizar cada grão e ali, apenas o vento aromático tivesse o poder do desalinho sobre aquelas melenas, a cuja direção imanizavam todos os olhares.

As ondas iam e vinham, sem conseguir desfazer aquela cena... Com um jeito faceiro, movimentos ligeiros e suavidade sorrir, espraiava o pensamento preenchendo cada orifício de conchas... Caberiam guardar todos aqueles grãos assim?

Não, definitivamente não! Logo, logo tudo seria desfeito pela água... Melhor curtir o momento sem guardar nada, além da lembrança...

A imaginação já traçara os ângulos e graus. Convenceu-se da efemeridade dos tempos, das voltas, dos planos e sonhos. É realizar castelos para em seguida deixá-los ruir sob a força natural. Melhor correr, tentar ser mais rápida que o próprio vento, adiantar-se no tempo, coisa tão comum nos sonhos, e que agora se fazia urgente...
Como era iminente o desejo da gargalhada. Solta no ar, retumbava como melodia de verão. Afinal, era mesmo esta época em que gargalhar, abraçar, correr, dançar urgiam.

“Eu quero muito sol! Eu sou da luz, do céu, do azul! Banhem-me as águas que vêm e vão no refluxo do mar e lavem meus pés, pernas... Convidem-me ao mergulho do corpo, da alma!”

E saiu correndo pela areia, abraçando o vento ao rosto, cumprimentando as conchas naturalmente abandonadas na praia.

Era assim: A felicidade rondava-a havia vários dias, bastando-lhe um espelho para comprovar... Quem queria ficar, se instalar ali por todo o sempre, assim permaneceu.

Tuesday, February 06, 2007

QUE SERÁ

Dormi sob o banho da lua, brilho cintilante em meus olhos que cerraram-se no sono tranquilo. Nenhum bichinho me fez companhia e o sol despertou-me a dizer que mais um dia é chegado para viver, sem pensar no futuro, ainda que encontre o muro do presente a se interpor entre o agora e o depois. Que será de minha vida?

QUEM SABE?

Aquela fila interminável, não por sua extensão, mas pela morosidade com que diminuía... Ar quente e abafado, extensão das centenas de quilômetros distantes, onde o dia começara. Invadindo seu campo de visão, como gigante surgia pequena marca branca e azul e vermelho, aquele pequeno contraste no fundo azul escuro - familiar lembrança que evocava.

Como era de esperar, impetuosamente conversou. Por sorte veio-lhe em resposta uma comedida simpatia: o olhar sorridente era daqueles técnicos, como que a analisar o que diante de si se apresentava. Olhar de engenharia, era isso! E foi-se, para um dia, quem sabe, voltar...

Monday, February 05, 2007

FUTURANDO AO VENTO...*

Quero uma tarde inteira de ventos, flores, conversa mineira. Quero um tempo onde não há passivos de espera. Quero o ativo verbo futurar!

Farei um acaso virar muitos casos contados, lembrados, abraçados, sorrisos... Nem que de novo se passem semanas, sei que teremos momentos bacanas!

Vais ver uma criança medrosa, mimada, descuidada com o pensar... Vais ver uma pessoa que quer aprender a viver.

Enquanto existir, aí vale, e ká eu pra ir, falaremos sempre de encontros até que se tornem marcos.

Pois os marcos são para o futuro!

Quero uma tarde inteira de ventos, flores, conversa mineira. Quero um tempo onde não há passivos de espera. Quero o ativo verbo futurar!

Haverei de voltar! Soprar todos os ventos - da brisa às rajadas - alcançar meus intentos...

* Amo quem me faz pensar mais, quem por palavras me instiga e inspira...
Dedico esta prosa à queridíssima C.F."L" e ao admirado C.R.S.
Saudades de D.S.

Sunday, February 04, 2007

JUNTOS DE NOVO

5Venha, depressa, sem flores!
Espero-te em meus abraços.
Não precisas trazer muita coisa
Encha a mochila apenas de amores.

Nesse tempo haverá dois senhores:
Meu coração tão medroso
E teu amor generoso.

Que venham logo o dia, a hora e o local
Em que sejam repleto de risos, sorrisos, afagos e afetos
Abraços de pernas e braços e colo no colo
Beijos na boca, mistura de cheiros.

Friday, February 02, 2007

QUE SERÁ DE NOSSAS VIDAS?

Sabe? Ela estava lá, sentada, desconcentrada... Olhava pela janela, procurava um lugar onde poderia encontrá-lo. Não achou. Via carros indo, vindo, uma movimentação gigantesca. O céu, cinza; o ar, embaçado de poluição.

Seu olhar parou naquela construção esguiamente achatada, cor de tijolo. Lembrava do familiar logotipo verde destacado no topo do prédio. Na véspera, saíra de um lugar como aquele, e tentava rever mentalmente tudo que lhe acontecera nos últimos dias.

Ao mesmo tempo, queria pensar nada. Lembrava-se de uma das conclusões a que chegara nestes dias: parou de viver no passado e o presente lhe era um presente agradável desde os últimos meses.

O futuro, porém, era ainda o que não conseguia avistar. Este mesmo futuro fazia-lhe evitar o exercício de pensar.

Distraiu-se enfim com a música cantarolada momentos antes, naquele saguão.